Em Laranjal do Jarí, a lastimável situação em que sobrevivem as famílias ribeirinhas na orla da cidade é conhecida em todo o país. Mais uma vez, por falta de uma política habitacional aliada a um planejamento urbano coerente, essas famílias são obrigadas a viver sob uma condição cíclica de acordo com o nível das marés e das enchentes. Quando são removidas do local, tão logo baixa a maré essas famílias voltam a ocupar o que sobrou de suas palafitas.
Oiapoque, a cidade onde “começa” o Brasil, está pedindo socorro, pois sofre com o processo de precarização de sua já decadente infraestrutura. Com a construção e inauguração da ponte binacional as coisas tendem a piorar, pois nenhuma iniciativa de planejamento tem sido discutida, enquanto que em seu território tem se agravado ainda mais os problemas sociais existentes.
A capital Macapá não fica atrás. O problema da falta de habitação tornou-se tão evidente que ganhou repercussão até na imprensa. O preço dos terrenos localizados no centro aumentou por causa dos empreendimentos imobiliários. A verticalização e elitização do centro consomem a maior parte da reduzida infraestrutura de coleta de esgoto. Os engarrafamentos e os acidentes de trânsito já não são mais uma surpresa. Até o nível dos crimes subiu de patamar, agora assaltam-se bancos e faz-se reféns. Esse é preço que se paga para viver em uma cidade “moderna”. Fica cada vez mais evidente que Macapá herdou esses problemas das atitudes desmedidas dos seus gestores no passado.
O planejamento urbano deve ser orientador e orientando de um desenvolvimento social e sustentável que conduzirá a cidade, por sua vez, a um desenvolvimento econômico e próspero. Há décadas se discute que a vocação econômica de Macapá é o turismo ao passo que nunca se viu nada sendo feito para se viabilizar este “sonho”. A questão que se põe nessa situação é até quando vamos suportar sem PLANEJAMENTO URBANO? G4
Por Petter Isackson
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