18 de julho de 2011

Dossiê Fortaleza de São José de Macapá

Quem vê hoje a Fortaleza de São José nem imagina que tamanho patrimônio, assim como a Igreja de São José, já esteve fadado à demolição. Desde os primórdios de sua construção a Fotaleza guarda diversas histórias controversas, a começar de sua construção que levou 18 anos e nem chegou a ser concluída (1764 - 1782). No período do antigo Território Federal do Amapá esteve abandonada, completamente tomada pelo mato. A partir do final da Ditadura Militar com a redemocratização da República e com a estadualização dos Territórios Federais é que o então recém criado Estado do Amapá introduz no seu organograma a Divisão Fortaleza de São José atribuindo assim uma certa relevância à edificação. Mas só em 1999 que a Fortaleza entra em processo de restauração através de convênios firmados entre o Governo do Estado do Amapá e o Iphan.
















Com cerca de 84.000 m² de área construída, sua planta possui o formato de um polígono quadrangular regular, com baluartes nos vértices, muralhas com oito metros de altura em alvenaria de pedra e cal, arrematadas por cantaria nos ângulos salientes, e um fosso seco pelo lado de Sudoeste. Pelo lado Oeste, em frente ao portão principal, ergue-se um revelim para proteção do seu acesso pelo exterior, originalmente projetado compreendendo duas pontes sobre um fosso. No terrapleno, em redor da praça de armas, dispõem-se oito edifícios dispostos aos pares: "Quartel da Tropa", Hospital, "Casa do Capelão", Capela, "Casa do Comandante e Paiol da Pólvora", "Casa da Parlamenta" e "Casa da Farinha". Ao abrigo do terrapleno, duas cadeias casamatadas com doze celas cada uma. Ao centro da praça, um escoadouro de águas pluviais. Externamente, na parte do conjunto erguida sobre terreno originalmente alagado, foram utilizadas estacas de acapu (madeira resistente à água) formando uma sólida treliça sobre a qual foram erguidas as muralhas, técnica cujo emprego no Brasil ainda não havia sido comprovado. G4



Por Petter Isackson, acadêmico de arquitetura e urbanismo

Nenhum comentário:

Postar um comentário