30 de agosto de 2010

Imagens e Opiniões

         


  Existem diversas imagens, rabiscos, traços, idéias que jamais deveriam ser vistas por outras pessoas, são seus e só por você devem ser vistos, você arquiteto. Sendo somente por você entendidos, coisas brutas, naturais...









               Bem como existe o outro lado, aquilo que ao ser percebido deve ser revelado. Diversas imagens e fatos que precisam ser desnudados, fatos estes que ao serem aprisionados carregam sentimentos, opiniões, certo ar de beleza mesmo e cenários que beiram o caos total, um belo que surge da apreensão do grotesco do horrendo, de uma naturalidade tão irreal quanto vistas e vividas por muitos.


    Frutos de dinâmicas próprias ao comportamento da sociedade que se constrói e se aniquila, que de maneira injusta se articula de modo a segregar, excluir incluído grupos para que nem percebam seu estado de marginalização e periferização, criando assim paisagens fragmentadas, destrocadas e distorcidas, desiguais, mas que nesta sociedade são postas a conviver como realidades irmãs. Em um mesmo caminho realimentando o próprio sistema que as criou.



            É neste momento que aquele que apenas observa deve tomar maiores cuidados para não cair na tentação de “vivenciar a realidade do local” afinal não passa de observador que por mais que, talvez sim ou não, sinta profunda dor não sabe como é viver esta dinâmica. Mesmo vivendo na sociedade fragmentaria que as forma, pois é um ser humano que sente e tem opiniões e foi construído durante anos e vai se envolver com o que observa.



            E mesmo que pareça um paradoxo nestes espaços, em meio a tais adversidades em busca da sobrevivência se vê o despertar do espírito de humanidade e união. Este é o ponto chave sobrevivência, ninguém deveria ser obrigado a enfrentar uma cruzada por dia para sobreviver, mas sim viver, desfrutar da cidade e do que ela produz, mas essa não é a realidade que se apresenta.



      O espaço da cidade que se apresenta é fruto do modo de produção que está inserida, e este que produz seus próprios pilares, que são a pobreza, segregação sócio-espacial, fragmentação e acumulação de bens serviços, etc., disseminando que apenas o ter, o sentimento de que se pode tudo, até mesmo participar da vida política e retirar um presidente, sem se dar conta de uma marginalização crônica e continua com a propaganda de melhorias de vida pelo trabalho, sem dar condições para que se possa trabalhar, estudar, ter saúde cultura, educação, moradia, sem nada. G4

Por Wandemberg Almeida Gomes, Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da UNIFAP.
          





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