30 de maio de 2011

Escola Estadual Tiradentes - João Batista Vilanova Artigas


Mais um patrimonio arquitetônico em ruínas, adiçoes descabidas, como o telhado na tentativa de "regionalizar" este belo exemplar de nossa Arquitetura Moderna, em sua fase mais questionadora, durante o período da Ditadura Militar, não funciona, para efeitos bioclimáticos nem mesmo estéticos, geram sobrecarga na estrutura, por falta de manutenção possem diversos pontos de infiltração, ainda não contribuem para que a laje molhada seque, agravando o quadro. Ainda conserva as janelas no sentido do comprimento das paredes, a laje plana, como se esperasse um jardim que não veio, e uma inovação a flexibilidade do espaço interno, elemento eleito por Artigas como o principal elemento da arquitetura, flexibilidade alcançada pela livertação das vedações em relação a estrutura portante da cobertura, com tecnologia de ponte para a época, não esquecendo da internalização do sociabilidade com dois jardins internos, patios para a conversação, a salvo, pelo menospor alguns instantes, da repressão do ditadura.Muito se fala que é um prédio para o sul do país, é quente e por aí vai, mas não se diz que as aberturas para circulação cruzada dos ventos foi vedada, que não fora executados jardins necessarios a boa aclimatação dos ambientes internos.
PRESERVAR É PRECISO! E MAIS É NECESSÁRIO! 

Ou se continará derrubando a historia do nosso estado, com o discurso do mal necessário, ou do avanço, argumentos incabiveis, é possivel modernizar, ampliar a capacidade de atendimento sem destruir. Mas é imperativo que se acionem os Arquitetos deste estado, pelo menos os que são concursados, e em tempos de transparencia porque não concurso público nacional de ideis para revitalização e reforma de nosso patrimonio Arquitetônico. G4
   
Por Wandemberg Almeida Gomes, Acadêmico de Arquitetura e Urbansimo da UNIFAP




27 de maio de 2011

MANIFESTO!


          O que se busca em um projeto arquitetônico, pode-se visualizar de diferentes maneiras que vão desde um sentido filosófico até, e mais recentemente tida como mais importante, valoração econômica.

    Alguns pontos importantes que acredito que devem ser característicos no processo de projetação:
         
        -O edifício deve funcionar, não importa o local onde esteja implantado, isto nos termos               que regem a física aplicada a arquitetura, em relação ao conforto térmico, “nem quente, nem frio” (Vilanova Artigas), lumínico de modo a possuir luz em quantidade tal            tudo se veja bem, e não canse os olhos, acústico onde nenhum ruído indesejável se          faça presente, mas a palavra dita, cantada seja ouvida de maneira clara. Mesmo que em ocasiões que falte infra-estrutura básica que possa se servir o empreendimento arquitetônico.

         -Não digo que a função siga a forma, mas que esta facilite a utilização de todo espaço. A captação da luz, do vento e a propagação do som ou seu isolamento.

         -Que se adapte, em termos estéticos, ao lugar que irá ser produzido, de maneira a ser apreendido como, mesmo que inovador qual a contemporaneidade, um toque familiar, baseado na sociedade, dessa forma se construindo a beleza plástica do edifício própria e em cada observador ou usuário.

         -Alinhe-se com seu tempo, seja marca do agora, sem deixar de buscar novos conceitos, experimente, com racionalidade, de modo que o edifício seja jovem e responda as aspirações do momento que fora produzido, de modo a adquirir uma característica excepcional que é a leveza no decorrer dos anos vindouros, e sirva de referencia.

            Aqui se apresenta mais que um simples projeto de uso residencial, é a introdução de uma nova possibilidade para o cenário arquitetônico amapaense, respeitando a cidade e a sociedade em que se insere a obra arquitetônica. Valorizando as características que tornam, para o Amapá, o ato de projetar mais complicado, o seu clima rigoroso e o sol que bate forte e aquece a criatividade dos arquitetos que aqui projetam, também é o ponto mais tocante no que concerne a redução de gastos com energia elétrica, afinal com tanta luz, acender uma lâmpada florescente não ilumina quase nada durante o dia, aproveitemos o sol. As margens do Rio-mar sopram uma brisa suave e continua quase um carinho, convidemo-na a entrar e renovar-se todos os dias. 

            Tomar partido destas condições, para elevar o projeto arquitetônico a um status de qualidade e eficiência é o mínimo que se pode fazer, em tempos onde o debate sobre o meio ambiente e a redução do consumo energético acaloram-se, morar bem poderia significar sem prejuízo algum aos conceitos de quem quer que seja respeitar a cidade, seja verticalizando ou horizontalizando o espaço, sem o prévio estudo, o bom projeto, não há respeito à cidade.

            Por se falar em eficiência uma breve discussão sobre. Entre os vários níveis possíveis e imagináveis tangíveis a um projeto de arquitetura em se tratando de eficiência, talvez aqueles mais apareçam sejam: segurança, economia, conforto, beleza, redução dos gastos com energia. A normalidade elege um destes pontos e o trabalha, para que seja este eficiente, quando o equilíbrio entre todos gera os melhores resultados. 


Por Wandemberg Almeida Gomes, Academico de Arquitetura e Urbanismo UNIFAP.

26 de maio de 2011

Clássicos da Arquitetura



O SESC Pompéia, desenhado pela ilustre arquiteta brasileira Lina Bo Bardi na década de 1970, localiza-se na cidade de São Paulo. O edifício é um centro de cultura e lazer com lanchonetes, piscinas, quadras esportivas etc. O que chama a atenção no projeto da Lina é como a população de uma determinada área se apropria do espaço. Esse foi um dos fatores que levaram a Lina a tomar tal partido. Ao invés de remover a antiga fábrica de tambores onde hoje funciona o SESC, a arquiteta optou por apenas adaptar o edifício que apesar de abandonado, era povoado nos finais de semana pelos moradores do entorno: "Pensei: isso tudo deve continuar assim, com toda esta alegria". A sensibilidade da Lina Bo Bardi nos dá uma valiosa lição de arquitetura. Aliás sensibilidade é uma coisa que vem fazendo falta à nossa geração de arquitetos! G4

Por Petter Isackson, acadêmico de arquitetura e urbanismo

Acessibilidade no Canal da Mendonça Junior

Assim está o canal da Mendonça Junior, há mais de um ano que foi feito projeto, as obras continuam paradas, e a acessibilidade, cadê?













FOTOS: Acervo G4, tiradas em maio de 2011


G4


Postado por: Gabriel Rosa, Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo

25 de maio de 2011

Câmara aprova a Lei Geral da Acessibilidade

Aprovado por unanimidade, na Câmara Municipal de Macapá, na terça-feira  (24), o Projeto de Lei Nº 003/2010, que dispõe sobre a Lei Geral da Acessibilidade, de autoria dos Vereadores Clécio Luís (PSOL) e Cristina Almeida (PSB), hoje Deputada Estadual.

A Lei garante ao Município que as normas de acessibilidade de acordo com a legislação federal, sejam aplicadas as pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, idosos e população em geral. Assegurando as condições adequadas para circulação de todos, sem privações. Agora é aguardar a sanção do Prefeito de Macapá.

Desta forma, não se justifica mais nenhuma obra, equipamento ou construção, público ou privado, que não respeite as regras. Os locais devem ser adaptados, com sinalização e infra-estrutura adequada. “Queremos garantir a inclusão e a acessibilidade para todos, sem distinção”, reforçou o vereador Clécio.




G4

24 de maio de 2011

LIVRO: ARQUITETURA DE LELE, A FABRICA E INVENCAO



 Em mais de 50 anos de carreira, iniciada ao lado de Oscar Niemeyer e Darcy Ribeiro nos canteiros de obras de Brasília, João Filgueiras Lima, conhecido como Lelé, foi um dos que mais longe levou as propostas do Movimento Moderno. Ele promoveu a melhoria das condições de vida em nossas cidades através de uma arquitetura produzida em série e eticamente comprometida com a construção de uma espacialidade adequada ao homem e ao ambiente em que está inserida.
  
G4

23 de maio de 2011

Canal do Beirol







Assim está o canal do Beirol, assoreado, cheio de lixo, a prefeitura só fez a limpeza no entorno do canal, mas  não resolveu a situação, no período de chuva não demora muito para as casas próximas ficarem alagadas, inúmeras reclamações foram feitas, mas nada foi resolvido.


*FOTOS: Tiradas em Maio de 2011; Acervo G4

G4

Postado Por: Gabriel Rosa Lima-Acadêmico de arquitetura e Urbanismo da UNIFAP

21 de maio de 2011

Lelé propõe mudanças no projeto Minha Casa, Minha Vida

Só após a tragédia na região serrana do Rio, com um saldo de mais de 900 mortos pelas chuvas, é que o programa Minha Casa, Minha Vida resolveu convidar um arquiteto para pensar as construções em encostas. A presidente Dilma Rousseff chamou João Filgueiras Lima. "O Brasil é cheio de favelas penduradas em encostas e a Caixa não tem proposta para isso", diz Lelé, o apelido pelo qual ainda é chamado, aos 79 anos, em tributo a um meia direita do Vasco da Gama que brilhou na década de 40. Não tinha proposta, porque agora tem, feita pelo próprio Lelé, o mais famoso arquiteto de hospitais do país, criador de dez unidades da Rede Sarah.

Ter sido convidado pela Presidência não transformou Lelé em adulador. Ele chama o programa Minha Casa, Minha Vida de "porcaria". "São horríveis, uma coisa pavorosa", diz sobre o programa criado pelo então presidente Lula em 2009 com a meta de construir 1 milhão de moradias. "O problema não é só de forma. A proposta de construção é horrorosa".

Lelé sabe do que está falando. É o maior especialista em obras com pré-fabricados, segundo Oscar Niemeyer. Sua experiência com construções mais industrializadas começou em 1957, durante a construção de Brasília, como conta no livro "A Arquitetura de Lelé: Fábrica e Invenção", que será lançado na terça no Museu da Casa Brasileira.

Foi na Rede Sarah de hospitais, voltada para problemas do aparelho locomotor, que Lelé transformou os pré-fabricados em estado de arte. Uniu funcionalidade, invenção e baixo custo, como diz o antropólogo Antonio Risério.

CONHECIMENTO

A qualidade estética dos hospitais não era o único susto. O preço de algumas obras era a metade de um similar feito por empreiteira, segundo Lelé. Em entrevista à Folha, feita por telefone, ele diz que não é só o uso de pré-fabricado que derruba o preço da obra, é o conhecimento sobre as funções do prédio.

O arquiteto conta que aprendeu tanto sobre medicina que é capaz de ler raio-X e considera-se o melhor médico dos dois males que enfrenta: um câncer de próstata e problemas cardíacos. "É óbvio que tenho cardiologista e oncologista. Mas quem dirige o tratamento sou eu."

Ele não faz, porém, uma defesa da especialização: "Arquiteto, por princípio, deve ser um clínico geral. Até pode se especializar, mas não pode perder a capacidade de integrar tudo". Há dois anos Lelé criou em Salvador o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Habitat. Será uma fábrica de pré-fabricados para uso em obras públicas. Foi o instituto que criou o projeto para encostas para o programa Minha Casa, Minha Vida, casas de dois andares sobre estacas, com um bondinho sobre trilhos para levar os moradores morro acima.

Ele diz ter uma proposta para os dois fatores mais críticos do programa: a baixa qualidade e o custo. "A construção civil é a coisa mais retrógrada do mundo. Se se quer construir no Brasil inteiro, impõem-se a industrialização e a qualidade. Isso só se consegue com tecnologia." Outro problema, de acordo com ele, são as normas da Caixa: "O programa da Caixa é tão restritivo que você acaba fazendo aquela porcaria. É preciso dar espaço para o sujeito criar".


G4

7 de maio de 2011

O Amapá nos tempos do manganês: a construção das vilas Amazonas e Serra do Navio





 "Contratados pela ICOMI, muitos desses operários nativos revelaram  extraordinária capacidade de adaptação ao novo trabalho e escalaram vários degraus acima e além dos níveis econômico e social em que  viveram até então. Da noite para o dia, muitos que não tinham sequer  remuneração regular, passaram a receber salários bem acima do salário  mínimo regional."(*)








"Em curto período esses operários progrediram do estágio de remar a ‘montaria’ e manejar a linha do anzol, para o de operadores de moderna e sofisticada maquinaria industrial de alta produtividade."(*)







(*) Relatório da ICOMI, 1976.

Fotos: Acervo G4

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SILVA, Anderson Rodrigo Tavares. Operários do manganês: Vivências e memórias de trabalhadores da vila Serra do Navio, Amapá (1972-1984). Belém: UFPA, 2006.


Por Petter Isackson, acadêmico de arquitetura e urbanismo/Unifap

Momento Música: Carro Bomba-Carcaça 2011

Nós sabemos que o blog é dedicado a Arquitetura e Urbanismo e as transformações que ocorrem no espaço Amapaense, como sou um grande fã de Rock `n Roll, não posso deixar de fazer o comentário sobre essa banda Paulista que vem se destacando no cenário nacional com suas letras fortes e riffes intensos, o Carro Bomba vem mostrando esse trabalho desde 2005, mas foi com o álbum Nervoso de 2008, que a banda mostrou como se faz um Rock `n Roll, pesado, denso, e o melhor, cantado em português.

Lançado recentemente, o Carcaça, não mudou muito a sua atmosfera criada com o album anterior (Nervoso/2008). Mas você se pergunta: o que esse álbum tem haver com arquitetura e urbanismo? É bem simples, em todas as musicas, são abordados temas relacionados aos problemas urbanos, no caso deles(Rogério Fernandes/Vocal, Marcello Schevano/Guitarra, Fabrízio Micheloni/Baixo e Heitor Shewchenko/Bateria), a fonte de inspiração é São Paulo. Mas também podem ser de qualquer cidade brasileira, inclusive o nosso, que está sofrendo intensamente com lixo, falta de infraestrutura, violência, medo, ou seja, problemas da vida cotidiana. Para aqueles que identificam com o gênero, e se preocupam com o crescimento desordenado do nosso estado, fica aqui a dica.

OUÇA COM O VOLUME MÁXIMO!!























Track List:

1. Bala Perdida
2. Queimando a Largada
3. Carcaça
4. Combustível
5. O Medo Cala a Cidade
6. Mondo Plástico
7. Blueshit
8. Corpo Fechado
9. O Foda-Se III
10. Tortura




G4

Postado Por:Gabriel Rosa, acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da UNIFAP.

4 de maio de 2011

Urbanidades: espaço, paisagens, e perplexidades - I


             Paisagem é espaço formado pela reunião de fragmentos, partes distintas e excludentes entre si, aquilo que se vê e o que é real, o conjunto total, e os fragmentos constituintes reunidos, que apesar de apresentarem certo grau de interdependência, na verdade uma falsa unidade criada de modo a, deliberadamente, escamotear a exclusão das partes que se relacionam, se um faz o outro não atua.
            E esta paisagem que é fruto de diversos tempos e espaços em palimpsesto possui também uma verdade não analisável em seu escopo por completo, por estar sob grossa camada de ideologias, em seu sentido mais nefasto, o de manipulação de massas, de maneira a setorizar, reunir e distanciar os homens de acordo com sua classe social ou campo cultural, entre outros, ao qual o individuo está inserido.
            Alem de criar estereótipos, antes mesmos deles existirem ou de um possível mercado para uma mercadoria ainda nem produzida. Espaços-mercadorias do cotidiano, “fetiche” que se veste, se come, que se reproduz socialmente, que se apreende visualmente, mas não se vê desnudo, o próprio espaço construído. 
            Feitos tais comentários é válido resultar como isto se manifesta de maneira clara e objetiva. A produção da paisagem da cidade é exemplo vivo, tanto fragmentação social quanto da “fetichezação” do espaço-mecadoria. Gerando contrastes tão acentuados que comumente são chamados de cidades dentro das cidades, as marginalizações dos espaços onde se segregam os indivíduos, de maneiras sutis ou de forma violenta, seja pela simples negação ao planejamento da paisagem urbana, seja pela especulação imobiliária.
            Afinal, a produção da paisagem que é parte natural – relevos, sobretudo, matas nativas, bacias hidrográficas, etc. – e parte fruto da manifestação da sociedade – construções em geral, que vão desde as residências mais simples aos mega empreendimentos como arranha-céus. E desta maneira sendo o próprio comportamento social petrificado marcando o espaço no tempo e a cada tempo modificando os usos e a percepção do espaço pela sociedade que se apropria. Assim registrando no presente diversos acontecimentos passados, sendo então a paisagem um elemento de tempo presente. Modificada a cada ativação do espaço, ora iluminado ora opaco. Ora central, ora marginal. Resultante de uma valsa que ainda está longe de cessar.
Por Wandemberg Almeida Gomes, Acadêmicode Arquitetura e Urbanismo da Unifap.